O vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro da última edição do prêmio põe no chinelo os outros dez indicados a premiação de melhor filme. Sem brincadeira: o dinamarquês Em Um Mundo Melhor é um drama espetacular que, além de suas proezas cinematográficas, carrega consigo uma mensagem pertinente e relevante para o público.
Em Um Mundo Melhor ainda conta com a presença do interessante personagem Christian (William J. Nielsen), um jovem que defende o filho do médico dos outros colegas de uma maneira violenta e implacável, mostrando-se como o verdadeiro protótipo de um psicopata. E mesmo assim, nos compadecemos pelo personagem – uma maravilha atingida pela excelente interpretação do jovem ator e o roteiro explêndido.
O que mais me agradou foi a sensação de relevância passada durante a projeção. É fato que a obra sobrevive (e muito bem!) como manifestação artística. A densa estória apresentada parece ser tão plausível no mundo em que vivemos atualmente, onde, praticamente todo dia, somos expostos à situações que envolvem a violência e nós, que nos chamamos de racionais, agimos como animais egoístas.
Além da bela fotografia e elenco afiado, Em Um Mundo Melhor conta com roteiro preciso e uma direção eficiente da diretora Susanne Bier.
A verdade é que Em Um Mundo Melhor é uma obra humanista. Mesmo com toda a violação que transborda na vida dos seus personagens, o final da obra é otimista o suficiente para ainda acreditar nos homens, mesmo estes sendo imperfeitos e tão falhos. Ainda haverá uma centelha de decência e humanidade em nós. É possível existirem finais felizes. É como o personagem autodidata do livro A Náusea, de Sartre, dizia: "Há os homens!". E Susanne Bier afirma, após o fim da projeção: "Há os homens!". E eu concordo. E só por me convencer de que pode existir humanidade entre os homens, este filme já figura entre os melhores do ano.
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