sábado, 4 de dezembro de 2010

Tekken (2010)


Bem que eu nutria alguma esperança pela adaptação do jogo de luta que preencheu tardes e mais tardes da minha infância, resultando em algumas notas vermelhas e inúmeros controles quebrados. Contudo, a adaptação de Tekken não passa de uma aventura esquecível, muito fraquinha e sem muitos atrativos.


A estória é manjada e recheada com os clichês de um filme de luta. Jin Kazama (Jon Foo) é um jovem com um incrível talento para as artes marciais, que se envolverá num torneio de lutas com participantes do mundo inteiro financiado pelas grandes empresas que dominam o planeta, numa atmosfera caótica e apocalíptica.


Num filme de luta, eu não dou muita bola para enredo: o que importa são as lutas. Mas em Tekken, elas são muito fracas e não empolgam. Num momento do torneio, armas são permitidas e a partir disso, a obra torna-se um misto de violência boba e uma edição apressada. O filme prepara terreno para uma conclusão previsível e tediosa.



O elenco não está ruim, mas Jon Foo simplesmente não me convenceu como Jin – acredito que a culpa não seja do rapaz, e sim do roteiro que teceu Jin como um adolescente revoltado. Cary-Hiroyuki Tagawa como Heihachi não decepciona (aliás, ele repete algumas de suas feições malvadas de Mortal Kombat, quando interpretou Shang Tsung – alguém lembra?); Luke Goss também está ótimo como Steve Fox, amigo e mentor de Jin; Ian Anthony Dale (que é um dos principais personagens da série sensação The Event) se destaca como o vilão Kazuya, cheio de inveja e cobiça pelo controle da empresa de seu pai – Heihachi. E Kelly Overton está extremamente sexy e estonteante como Christie Monteiro. Pena que o elenco é desperdiçado.


A ausência de um roteiro mais cativante e a direção burocrática de Dwight H. Little (que nos anos 90 fez alguns filmes bacanas como Crime na Casa Branca e Marcado para a Morte e agora parece ter esquecido como fazer um bom filme de ação) são decisivos para que Tekken funcione como mais um filme de aventura catapultado diretamente para as prateleiras das locadoras. Esperava mais da obra.

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