Existem filmes que se tornam bons pelos detalhes que apresentam. Bajo La Sal é um desses casos. Afinal de contas, não é todo dia que eu assisto um thriller mexicano muito superior à boa parte dos últimos filmes do gênero produzidos nos EUA. Aliás, se existe um cinema que merece ser acompanhado com muita atenção é o mexicano, que apresenta uma fase excelente, sem contar os inúmeros clássicos produzidos na terra de Pancho Villa.
Bajo La Sal trata das investigações de Trujillo e Slazar (Humberto Zurita e Emilio Guerrero, respectivamente) sobre o aparecimento de corpos de moças, outrora desaparecidas, numa salina. Ao mesmo tempo, acompanhamos o cotidiano do jovem Victor Zepeda (Ricardo Polanco), um estudante que trabalha com seu pai numa funerária. Temos ainda a bela Isabel (Irene Azuela) que está de alguma maneira, interligada com o assassinato de uma das moças.
Num thriller, quanto menos se revelar da trama, melhor. E Bajo La Sal é um thriller excelente, com um elenco fantástico e uma trama envolvente e muito boa. Ricardo Polanco mostra talento como o deslocado e problemático Victor, enquanto Humberto Zurita está perfeito como o astucioso e perigoso Trujillo. Isso sem falar de Plutarco Haza como o diretor do colégio onde Victor estuda.
Uma das coisas mais bacanas de Bajo La Sal é o seu roteiro. Nada é mostrado levianamente pelo diretor Mario Muñoz. Não há cenas ou personagens à toa. Essa eficiência e praticidade contribuíram para a minha avaliação positiva da obra.
Em Bajo La Sal, temos algumas cenas muito boas e climáticas. O diretor captou algumas tomadas de maneira bastante original e diferente. Isso sem falar na fotografia do filme, que prima pelo branco e preto de maneira soberba. A trilha sonora do filme é muito boa também.
Uma obra fenomenal, que figura facilmente entre os melhores filmes de 2008, Bajo La Sal é uma demonstração do talento e da força do atual cinema mexicano, que já produziu excelentes produtos, superando, com facilidade, a indústria americana atual.
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