Parando para pensar, não há grandes novidades para quem gosta de épicos, entretanto o apuro visual do diretor é um grande atrativo. Eu simplesmente amei a atmosfera imersiva da obra, desde os momentos mais convencionais presentes quanto aquelas cenas mais desafiadoras para uma audiência mais ligada nos blockbusters atuais. Foi reconfortante perceber que durante a sessão a plateia acompanhou o filme silenciosamente, sem gracinhas ou celulares cada vez mais frequentes nas salas de cinema.
Essa imersão foi também proporcionada pelo incrível trabalho de som e trilha sonora. Adorei todo o trabalho de sonoplastia, com a nitidez da percepção de cada golpe de espada, cada tripa estrebuchada e os constantes urros dos personagens. A trilha sonora, distribuída pela gravadora Sacred Bones Records (uma das favoritas da casa), é um verdadeiro banquete ritualístico de tambores e sons que parecem invocar esse passado remoto, tribal e perigoso.
Preciso destacar a escolha geral do elenco. Desde o protagonista Alexander Skarsgard (com físico inacreditável para este filme), Ethan Hawke, Willem Dafoe, Nicole Kidman, Claes Bang e a já musa deste blog Anna Taylor-Joy - todos entregam ótimas performances, com a dose certa de exagero e fúria, literalmente.
A experiência da sala de cinema ajudou bastante a me conectar com o filme; não pude deixar de fazer um paralelo com dois filmes assistidos anteriormente: Valhalla Rising, que tinha algo de hermético em seu desenrolar artístico, definitivamente não moldado para a audiência geral e 300, com seu herói gritador e musculoso distribuindo porradaria épica por todos os lados. Eggers pegou um pouco dos dois, adicionou seu toque pessoal de retorno às ancestralidades e nos entregou um dos melhores filmes do ano. Desse aqui, irei atrás do 4k importado.
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