domingo, 29 de agosto de 2021

Zona Mortal (Drop Zone, 1994)

 


Essas fitas de ação dos anos 90 costumam despertar muita nostalgia em mim, principalmente porque este tipo de filme foi mais ou menos abandonado pelos grandes estúdios de Hollywood que buscam seus lucros em franquias e filmes de super herois. E a tal da nostalgia pode nos pregar algumas peças, pois a romantização do passado pode nos sugerir que só aquilo que já foi feito é bom, o que sabemos estar muito longe da verdade. Peguemos este ZONA MORTAL como exemplo: trata-se de uma divertida história de ação/aventura, com alguns bons destaques técnicos, porém com um roteiro furadinho em boa parte de seu desenvolvimento; quando encontrei este dvd numa livraria da minha cidade, novíssimo, por quatro reais, eu vibrei como um garotinho ganhando um presente inesperado no dia das crianças. Após rever o filme, foi inevitável não pensar: "Engraçado como eu achava que este filme era melhor..."

Ainda assim, preciso destacar muitas coisas, a começar pelas ótimas cenas de ação. A trama gira em torno de um grupo de ladrões especializados em paraquedismo, cujos roubos costumam envolver estas habilidades; um policial, interpretado por Wesley Snipes, após ter seu parceiro morto num desses "crimes aéreos", resolve se infiltrar entre os paraquedistas locais, aprender suas habilidades e fazer justiça contra esses bandidos - principalmente porque nos anos 90 era raro um bandido de alguma dessas fitas ser realmente preso; todos costumavam morrer de maneiras criativas e escabrosas.

Divagações a parte, as cenas envolvendo as acrobacias aéreas são realmente impressionantes. Infelizmente eu encontrei apenas um vídeo curtíssimo na internet com um pouquinho dos bastidores dessas cenas incríveis que já valem o filme inteiro. Além disso, a escolha do elenco é muito acertada: Wesley Snipes é, como quase sempre, um excelente protagonista, divertido e carismático. Gary Busey é o eterno vilão de fitas de ação, também muito competente nessa época. Yancy Butler, nossa eterna Witchblade, também manda muito bem como aquela heroína letal e linda que se destacava em algumas obras desta época. Há também Rex Linn, outra cara conhecida de filmes de ação como Risco Total e Hora do Rush.


A direção do filme, sempre um parágrafo separado nesse blog, é de ninguém menos que John Badham, responsável por grandes sucessos como Jogos De Guerra, Short Circuit, Trovão Azul, Tocaia e o clássico e um dos meus filmes favoritos de todos os tempos, Os Embalos de Sábado A Noite. Atualmente, Badham dirige praticamente apenas episódios de séries televisivas, o que me deixa indagando se um nome como ele não deveria estar dirigindo mais filmes de ação para alegrar nossas vidas. Em ZONA MORTAL, ele demonstra sua habitual competencia, com um bom ritmo de filme. 

Apesar de ter me proporcionado um ótimo divertimento, não posso negar que ZONA MORTAL tem um roteiro bem fraquinho. A trama é bastante previsível e em alguns momentos é difícil de engolir o plano dos bandidos, completamente absurdos pelas quantidades que eles lucram com cada um deles. Claramente, precisaram encaixar o paraquedismo na intenção dos antagonistas e, se olharmos de maneira mais crítica, as situações criadas pelo filme são quase bobas.

Ainda em relação a trama, confesso que a investigação conduzida pelo personagem principal também é frouxíssima e pouco prendeu minha atenção. Eu estava mais interessado em ver as cenas de paraquedismo bem como as atuações do competente elenco escalado.

Mesmo com todos esses predicados, ZONA MORTAL é um ótimo divertimento, indispensável para aqueles que como eu sempre curtiram esses filmes de ação girando em torno de um astro carismático. Eu adoraria ver nas salas de cinema mais filmes como este: diversões rápidas, ligeiras e bobas, capazes de nos tirar do mundo por pouco mais de uma hora. Minha coleção, enquanto isso, fica recheada desse tipo de filme, para meu grande contentamento. 

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