quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Bravura Indômita (True Grit, 1969)



É interessante como eu passo um longo tempo sem assistir faroestes e, toda vez que revisito algum filme do gênero, me arrependo de não assistir mais filmes de faroeste. No caso deste clássico, foi meu pai quem me chamou para curtir, em lindíssima alta definição, este grande filme do velho Duke.

Os cinéfilos já conhecem bem a história de Rooster Cogburn (John Wayne), um marshall bêbado e fora de forma, mas irrascível na sua busca por justiça. Ele é procurado pela jovem Mattie Ross (Kim Darby), cujo pai foi covardemente morto por um funcionário traíra, para caçar o assassino. A essa jornada se junta outro marshall, La Boeuf (Glen Campbell), com a intenção de capturar o bandido e levá-lo até o Texas para ser executado. 

 O trio principal de atores já é uma garantia de muita diversão - há uma sintonia entre os tres e as diversas confusões entre eles. Tanto Glen Campbell como Kim Darby conseguem não ser eclipsados pela presença mitológica de John Wayne, um astro simplesmente inigualável. Sua interpretação como Rooster é maravilhosa, pois consegue equilibrar bem o drama, a solidão da profissão de marshall, o alcoolismo do personagem e a comédia, com cenas hilárias. Este filme trouxe o merecido Oscar a sua carreira. 

Para ficar registrado, o filme também traz as ilustres presenças de Dennis Hopper e Robert Duvall, cujas carreiras despontariam justamente na lendária década de 70 e a Nova Hollywood. Me parece um bom início de trajetória (o ano de 1969, afinal) contracenar com o lendário Duke.

TRUE GRIT é um daqueles bons exemplos de filmes que conseguem falar sobre alguns assuntos sérios sem pesar a mão ou cair numa espiral de obviedade. Ora, não é necessários grandes arroubos dramáticos para sabermos que Rooster é um alcoólatra pesado. Assim como não necessita de militância e gritaria para perceber como Mattie Ross é uma moça independente e senhora de si, sem precisar abandonar sua feminilidade ou iniciar uma guerra de gêneros. Boas histórias e personagens bem construídos (além de ótimas atuações) são capazes de representar mensagens importantes, sem apelar para o histrionismo.

Filmes como TRUE GRIT são cada vez mais raros, especialmente ao se considerar os filmes produzidos por Hollywood e que chegam a nossas telonas, em circuito comercial. Contudo, felizmente sempre teremos esses clássicos eternizados. Ainda não conferi a refilmagem, mas acho que antes de encará-la vou procurar o livro e, quem sabe, comentar por aqui. 

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