segunda-feira, 24 de junho de 2019

A Colônia (Double Team, 1997)


Um dos meus passatempos favoritos é revisitar as fitas dos anos 90 que um dia eu loquei, mas hoje não me recordo de nada, a não ser de suas capas atraentes e de uma época em que as locadoras dominavam a parada toda. São tantos filmes e eu considero a maioria deles não assistidos, por isso nos dias atuais eu não resisto quando encontro algum dvd desses dando mole - compro logo para assistir quando tiver tempo. 

A COLÔNIA é o filme que enterrou a carreira de Jean Claude Van Damme nos cinemas e, mesmo com muita boa vontade, é difícil não negar a obra toda sua ruindade e loucura. Aliás, o que esperar de um filme dirigido por um diretor respeitado, mas iniciando sua carreira em Hollywood (Tsui Hark), um astro sem muita humildade no set (Van Damme), um ator à beira de sua fase de decadência (Mickey Rourke, que felizmente deu a volta por cima) e um problemático astro da NBA tentando emplacar uma carreira como ator de ação (Dennis Rodman)?

É, no fundo, a batida trama de um herói enfrentando um terrorista letal, numa interpretação que eu até apreciei do Mickey Rourke, certamente o melhor do filme. Uma das coisas mais legais é seu trabalho de voz, falando de forma sussurrada, sem sobressaltos. Perde o tom, talvez, no final do filme, quando aparece descamisado e bombado e cercado por um tigre!



Reservo um parágrafo para Dennis Rodman. Acredite se quiser, ele não está tão ruim aqui, mas seu personagem definitivamente parece ser bem mal escrito e a impressão que eu tenho é de que houve pouca orientação sobre como interpretar no set de filmagem . Suas falas são recheadas de referências do seu passado de astro do basquete, o que me levou a algumas boas risadas. É estranho, porque ele até tinha uma interessante presença de cena, funcionando nos mais diversos e amalucados figurinos, mas dá para perceber que ele aparenta estar totalmente perdido nessa produção maluca.

O que nos resta? Temos algumas boas cenas de ação e muitas boas ideias (tiroteio em parque de diversão, porradaria numa maternidade, monges hackers) que são coladas aleatoriamente ao longo da projeção. É bizarro, meus amigos, pois um roteiro mais coeso, uma direção um pouco menos aleatória... fácil entender porque deu errado, chato perceber a criatividade presente e difícil pensar em como corrigir, pois haviam nomes competentes na produção.

Lendo a respeito, o estúdio apostava mais na figura de Rodman que na de Van Damme, já desgastado pelo seu temperamento nos estúdios. O próprio trailer destaca bastante a figura do jogador de basquete, que ainda estrearia uma fita de ação aparentemente bastante embaraçosa chamada Busca Explosiva e não fez nada muito digno de nota, no mundo do cinema. 

A verdade, meus amigos, é que eu queria muito ter gostado de A COLÔNIA; entretanto, eu realmente achei o filme todo muito fraco, quase embaraçoso. Mesmo com todas as ideias razoáveis, o elenco intrigante, bom diretor e boa vontade, não adiantou. Ainda assim, espero adquirir em breve GOLPE FULMINANTE, a segunda parceria de Van Damme e Tsui Hark, e uma outra fita que, num saudoso passado remoto, eu aluguei e tenho quase certeza de que gostei da obra.

Nenhum comentário:

Postar um comentário