sexta-feira, 22 de março de 2019

SXSW 2018 - As Escolhas do Editor

Todos os anos os festivais de cinema do mundo inteiro nos brindam com uma ótima seleção de novidades que, muito provavelmente, não passarão no cinema perto de sua casa. Entre ficar frustrado ou buscar com atenção os filmes que mais lhe interessam, prefiro sempre a segunda opção. Assim, selecionei alguns dos filmes que mais chamaram a minha atenção no catálogo deste ano e mal posso esperar para conferir cada um deles. Em breve as resenhas deles começarão a pipocar por aqui.



Tone-Deaf (2019) 
Não tem trailer ainda, mas tem um pôster muito bonito. Lógico que a sinopse também chamou a minha atenção (mulher aluga casa no campo pra esquecer dos problemas da vida na cidade e precisa enfrentar um senhorio com tendências homicidas), mas o destaque dessa produção é o diretor que a encabeça: Richard Bates Jr, o demente por trás do ótimo EXCISION - um baita e original filme de horror de 2012 que eu não cheguei a comentar por aqui, mas digo que gostei muito. Quero só ver o que ele aprontou em seu novo filme.



Cemitério Maldito (2019)
O filme vem recebendo uma considerável leva de críticas positivas e tem no elenco John Lithgow. Eu reconheço e gosto do Stephen King, apesar de não me considerar um fã dele, até porque li poucos livros dele. Além disso, não sou um grande entusiasta das refilmagens que assombram a criatividade do cinema de horror mainstream. Ainda assim, desde o interessante trailer até a repercussão positiva, Cemitério Maldito vai conquistando a minha atenção, aos poucos. É bem possível que, por não esperar tanto do filme, eu acabe gostando bastante. 



La Mala Noche (2019)
Interessante filme direto dos nossos vizinhos equatorianos, La Mala Noche mergulha no tenebroso universo do tráfico de mulheres - aparentemente um daqueles filmes bem pesados com realidade demais na tela. Com certeza, não é o tipo de filme que cativa grande público, mas eu até gosto de um drama pesadão de vez em quando, especialmente se ele for bem filmado (a julgar pelo trailer, este é o caso). Se eu tivesse de apostar, acredito que este filme em breve poderá ser achado no catálogo do Netflix, pela quantidade de filmes da América Latina que compõe a seleção deles. Veremos...



Extra Ordinary (2019)
Não sei como tem tão poucas pessoas comentando sobre este filme, principalmente considerando o incrível trailer. Acumulando críticas positivas, esta obra irlandesa acompanha uma mulher que vive numa cidadezinha no interior da Irlanda e tem habilidades extraordinárias e sobrenaturais. Após um astro de rock enfeitiçar uma adolescente local em razão de um pacto com um demônio, ela precisará usar suas habilidades para salvar a garota. Esse realmente parece ser incrível!




Villains (2019)
Assim como Tone-Deaf, não tem trailer, mas tem uma dupla na direção que chama a atenção: Dan Berk e Robert Olsen - envolvidos em interessantes filmes de terror de baixo orçamento presentes nos "line-up" de muitos festivais pelo mundo. A trama é interessante e lembra bastante a sinopse do ótimo O Homem Nas Trevas: um casal bocó de bandidos invade uma casa de uma suposta família suburbana acima de quaisquer suspeitas e encontra um segredo aterrador. Se acertarem no humor negro, acho que estaremos diante de um filmaço!



Daniel Isn't Real (2019)
De todo o extenso catálogo do festival, este com certeza tem a sinopse mais intrigante e atraente: um rapaz reinvoca seu amigo imaginário, que durante a infância provocou um acidente/episódio traumático na vida do protagonista. Pessoalmente, considero as histórias de amigos imaginários arrepiantes e a quantidade de críticas favoráveis também despertam minha atenção ("... a near perfect combination of body horror, cosmic horror and psychological horror that gets under your skin while also finding its way into your heart" - segundo o ótimo site Bloody-Disgusting!). Lamento apenas que, pelo meu feeling, este dará trabalho de achar e assistir.

Amazing Grace (2018)
Eu amo documentários sobre o mundo da música e, geralmente, o SXSW exibe uma boa quantidade desse tipo de filme. Nesse ano, não foi diferente: muitos títulos curiosos sobre os mais diversos gêneros musicais. Agora, o que mais me deixou na expectativa foi este documentário sobre a gigante Aretha Franklin, cantando com um coral gospel em Janeiro de 1972. Vai ser difícil não ficar tocado pelo talento dela e por esse contagiante estilo musical. Certamente vou assistir com minha mãe, que sempre amou a grande diva da música americana. 

quinta-feira, 14 de março de 2019

One Cut Of The Dead (2017)


Eu tenho o mau costume de não querer assistir os filmes mais badalados do momento, pela simples necessidade de querer fugir de modinhas. Uma coisa que se revelou meio idiota, nesses anos de blog e cinefilia, porque a quantidade de filmes que eu tenho interesse em assistir passa da casa dos milhares e, nesses tempos, fico acumulando obras na estante, no HD, etc. Assim, mesmo correndo risco de ser um pouco repetitivo na minha revisão, vamos falar da sensação do momento que já foi comentado por alguns bons blogs brasileiros (o Filmes Para Doidos e o Toca O Terror). Vamos falar de ONE CUT OF THE DEAD!

Você já deve ter cruzado com a sinopse por aí: durante a filmagem de uma obra de baixíssimo orçamento sobre zumbis, uma produção acaba enfrentando zumbis real, que meio que aparecem do nada, sendo tudo filmado naquela perspectiva de found-footage. E dá-lhe bizarrices, algum clichê e muito nonsense durante cerca de meia hora de projeção quando o filme dá uma guinada e... Veja bem, não sou fã dessa frescura de spoilers, mas neste filme a surpresa é bastante prazerosa por isso não vamos alongar a sinopse. 

O maior problema de ONE CUT OF THE DEAD é justamente nessa primeira metade do filme - quem conhece e curte cinema japonês sabe que pode esperar algumas maluquices em suas produções. Pessoalmente, eu gosto moderadamente, então confesso que cheguei a achar o filme meio bobo e me peguei surpreso com o hype ao redor dele.

Entretanto, a guinada que a obra faz é realmente surpreendente e compensa a experiência toda com folga. Não se trata de um filmaço, mas com certeza é um ótimo exercício de criatividade, levantando as velhas questões de como o cinema de horror mainstream sofre de boas ideias e originalidades, enquanto filmes estrangeiros e independentes dão verdadeiras aulas nesse entendimento. 

Enfim, ONE CUT OF THE DEAD é sim um filme legal e importante para os fãs de cinema e, principalmente, de cinema de horror em geral. Não é tudo isso que estão falando, mas certamente é um entretenimento criativo e divertido, artigos raros quando se pensa no cinema de horror atual. 

quarta-feira, 13 de março de 2019

Pôster - I Spit In Your Grave: Deja Vu (2019)


Inacreditável a notícia:I Spit In Your Grave, escabroso sexploitation de 1978 que rendeu uma refilmagem com duas continuações recentes terá uma continuação direta do filme original, dirigida pelo mesmo diretor (Meir Zarchi) e com a mesma protagonista do filme original (Camille Keaton)! Qualquer amante do cinema mais undergorund deve estar tão curioso quanto eu para conferir essa obra. E a primeira sinopse não é nada má: a heroína do primeiro filme vai enfrentar as famílias dos desgraçados que a estupraram no primeiro filme e enfrentaram sua justiça violenta. Não tenho outra palavra para descrever esse projeto: inacreditável!

terça-feira, 12 de março de 2019

Trailer: Master Z: Ip Man Legacy (2019)

Amigos, como posso manter expectativas altas com as previsíveis continuações e derivações de sucessos de Hollywood, quando a saga Ip Man (inteira revisada aqui no blog!) terá seu primeiro "spin-off" - MASTER Z: IP MAN LEGACY. Finalmente, o terreno preparado no terceiro filme para Jin Zhang parece ter rendido um ótimo fruto, vide o eletrizante trailer aqui postado. Além disso, o filme conta com coadjuvantes de peso: Dave Bautista, Tony Jaa e Michelle Yeoh  (cuja carreira deu uma bela revitalizada com a espetacular série Star Trek Discovery). Assim que eu botar as mão nesta incrível fita, terá resenha aqui no blog!




segunda-feira, 11 de março de 2019

Um Assassino à Solta (Switchback, 1997)


Existe um universo de fitas dos anos 90, assistidas durante a minha infância, as quais eu não tenho nenhuma memória, a não ser que em algum momento deste passado nebuloso eu assisti ao filme. E a lista, meus amigos, é imensa: nossa família mantinha o saudável hábito de locar filmes todo o final de semana - hábito que definitivamente pavimentou minha paixão pelo cinema.

A busca por tais filmes gera, quase sempre, sentimentos muy agradáveis. O principal deles é a beleza da descoberta de pérolas esquecidas de duas décadas atrás - sólidos filmes sem pretensões maiores do que narrarem suas histórias dentro de aceitáveis 110 minutos de duração ou menos. São notas de rodapé na carreira de atores com longos créditos no IMDB, a mera lembrança dos saudosos cartazes colados na vitrine da Hélio's Vídeo (a locadora que frequentávamos).

Um desses filmes é UM ASSASSINO À SOLTA, um ótimo thriller de 1997, com um belo elenco: Danny Glover, Dennis Quaid, R Lee Ermey, Jared Leto, Walton Goggins e Willian Fitchtner (os três últimos em início de carreira). A trama, com algumas referências do magnífico gênero italiano Giallo, acompanha um policial (Quaid) percorrendo as pista deixadas por um tenebroso serial killer (Glover) que sequestrou seu filho. O último assassinato leva o policial até uma pequena cidade com um xerife das antigas (Ermey), envolvido numa disputa pela reeleição do cargo de xerife com um policial xarope (Fichtner). 


O filme é muito bem sucedido em criar alguma confusão até revelar quem é o assassino de fato - mérito do diretor/roteirista Jeb Stuart, totalmente sumido do mercado atualmente (este filme é o penúltimo trabalho dele, segundo o IMDB), mas que nos presenteou com EXCELENTES roteiros de filmes dos anos 80 e 90 - pratas da casa como O Fugitivo, Ameaça Subterrânea, 48 horas parte 2 e o clássico Duro de Matar.

O elenco está excelente, mas o grande mérito do filme é o trabalho de Jeb Stuart. Como bom roteirista, ele consegue associar elementos interessantes do ambiente onde o filme se passa, assim como ótimas ideias (o esquisito carro dirigido por Glover, a ambientação na cidade assolada por uma tempestade de neve, a briga eleitoral entre os xerifes e o clímax de tirar fogo no trem). São elementos que enriquecem muito a trama, não necessitando se apoiar, apenas, na competência das cenas de ação. Tem muito filme da atualidade que não consegue fazer isso. 

 Uma pena que Jeb Stuart esteja tão sumido do mundo do cinema, pois sua escrita definitivamente faz falta nas fitas de ação atual. Imagine um roteiro dele e um pouco mais de recurso num filme do Scott Adkins ou até Jason Stathan! Enquanto isso, vou assistir os outros filmes que ele roterizou e quem sabe em breve teremos resenhas por aqui de Condenação Brutal, Leviathan e Justa Causa - todos filmes que eu assisti, mas também não lembro de quase nada.