SETE HOMENS E UM DESTINO (2016)
Fui surpreendido positivamente por essa refilmagem. Mantenho a opinião de ser mais uma refilmagem absolutamente desnecessária, mas como me diverti vendo um faroeste numa telona de cinema. Antoine Fuqua ainda é um diretor de mão pesada, com mais erros que acertos em sua filmografia, mas aqui entrega um bom blockbuster de um gênero que merece mais atenção do grande público.
O grande mérito é sem sombra de dúvida do elenco muito bem escolhido. Denzel Washington é um puta ator e faz um trabalho joia. Chris Pratt, sempre muito agradável, transmite bom humor e intimida quando necessário. Ethan Hawke, com o personagem mais profundo do bando, entrega uma performance ótima e crível. Byun-hun Lee e Manuel Garcia-Rulfo e Martin Sensmeier estão competentes, com papeis fortes. Mas o meu destaque pessoal é Vincent D’Onofrio, que entrega uma atuação espetacular – sua última cena é um atestado da competência e um exemplo de porque D’Onofrio é um dos maiores atores da sua geração (pessoalmente, espero muito que ele ganhe algum Oscar, assim que pegar algum papel de mais destaque, desenhado para as grandes premiações). E não posso me esquecer de Peter Sarsgaard como o grande vilão, em ótima atuação também.
O que mais me agradou foi a clara intenção do filme em divertir e envolver o expectador durante suas pouco mais de duas horas de duração. As cenas de ação são muito bem filmadas e a fotografia é muito bonita. Seria muito legal ver mais filmes de faroeste nos cinemas, além das investidas de Tarantino. Quem sabe a boa bilheteria não desperte mais o interesse dos grandes estúdios…
O CONTADOR (2016)
Esse filme novo do Ben Aflleck tem como seu maior trunfo o próprio Ben Aflleck, numa boa atuação. Aliás, eu mesmo nunca fiz ou participei da expiação pública que esse cara recebeu em diversos momentos de sua carreira, que apesar de irregular, possui alguns bons títulos e interpretações razoáveis. Arrisco dizer que neste filme ele entrega sua melhor interpretação, como um letal assassino com algum grau de autismo.
O filme conta com a boa direção de Gavin O’Connor e ótimos atores em interpretações eficientes (Anna Kendrick e o sempre competente J K Simmons). E trata-se de um ótimo entretenimento, apesar da projeção ser um pouco longa demais, o roteiro dar algumas escorregadas tentando explicar demais e o final meio melodramático. Não sei se vale a pena um ingresso de cinema, mas vale uma tarde chuvosa no sofá da sua sala.
A GAROTA DO TREM (2016)
É meio bizarro pensar na projeção de um filme como A Garota do Trem, no âmbito de divulgação e retorno financeiro para o estúdio. O filme não passa de uma sessão Supercine de luxo, com alguns nomes mais famosos reunidos numa trama meio sem sal. Durante a sessão, confesso que o filme me prendeu em sua trama principal, mesmo com os furos de roteiro e situações muito inverossímeis, além de um desagradável excesso de personagens que parecem não servir para nada, além de encherem linguiça. A direção enfadonha de Tate Taylor também não ajudou em nada.
Se há algo elogioso no filme é a graciosa Emily Blunt, que é a personagem principal, uma moça alcoólatra que se vê envolvida no desaparecimento de uma ex-vizinha sua. O tom de suspense/thriller é muitas vezes substituído por tintas melodramáticas, principalmente pela inabilidade do diretor e seu roteiro confuso, com idas e vindas na linha temporal desnecessárias. Não é um filme ruim, mas não passa do mediano.
DARK SIGNAL (2016)
Ai ai… O que dizer de DARK SIGNAL? Meus motivos para assistir o filme não eram os mais sólidos possíveis. Eu simplesmente gostei muito do pôster e resolvi dar uma chance.
Uma experiência realmente deplorável. DARK SIGNAL parece a junção de dois roteiros diferentes, unidos por um fiapo de ideia sem sentido. O filme é um misto de Sexto Sentido com Vozes de Além, suspense/terror/drama, absurdamente previsível e sem graça. As atuações são atrozes (com exceção de James Cosmo, numa ponta justificada só justificada por alguma conta atrasada) e a direção é sem nenhum estilo ou personalidade. As tentativas de surpreender o público são pífias, além do filme ser absurdamente longo – 108 minutos de atores sofríveis recitando falas horríveis numa trama péssima. Forte candidato a pior filme de 2016.
BASTILLE DAY (2016)
Assisti esse aqui já fazem alguns meses e eu me lembro que achei o filme um bom entretenimento, especialmente pra quem é chegado num espetáculo mais casca-grossa, como é o meu caso. Agora, se vocês me perguntarem sobre o que era o filme... Porque o que Bastille Day tem de truculência do protagonista, encarnado por Idris Elba, é inversamente proporcional ao seu conteúdo e as próprias cenas de ação do filme.
É melhor que muito filme lançado no mercado direct-to-video e serve como bom veículo de ação para Idris Elba (que segura o filme sozinho), mas não deixa de ser esquecível.
ANIMAIS FANTÁSTICOS E ONDE HABITAM (2016)
Eu sou um leitor e fã do universo Harry Potter, mas acompanhei essa produção com bastante desconfiança. Não gostei dos trailers, não gostei do protagonista e achei a ideia da adaptação meio que injustificável. Felizmente, eu cravo minhas previsões catastróficas como um grande equívoco, pois esta aventura foi uma deliciosa experiência na sala de cinema e eu me diverti horrores. Destaco principalmente o maravilhoso elenco (especialmente o quarteto protagonista, com Dan Fogler roubando a cena) e o tom saboroso do filme. Me senti criança, mais uma vez, e mal posso esperar pelo próximo da série.
EXCESS FLESH (2015)
Quem gosta de se aventurar pelo submundo do cinema de horror, como eu, volta e meia se depara com filmes independentes com idéias interessantes não tão bem executadas. Pode ser o caso deste Excess Flesh, um exercício (pretensioso, talvez) transgressor sobre alguns temas mais batidos como o culto ao corpo e bullying, depressão e toda aquela conversa. É razoável e tem seus bons momentos, mas o final força a barra e tenho a nítida impressão que o diretor poderia ter feitos escolhas mais simples na maneira de narrar sua trama. Quem sabe não sai coisa melhor em seu próximo filme?
KICKBOXER VENGEANCE (2016)
Quem tem carinho pelos filmes do começo da carreira do dínamo belga precisa conferir este aqui. A trama já foi vista umas cem milhões de vezes (após a morte de irmão nas mãos de um lutador barra-pesada, jovem viaja ao Oriente, treina com um mestre fodão/sacana e enfrenta o vilão), mas eu nunca me canso. Mesmo assim, tenho minhas reservas ao protagonista bem sem graça que, para nossa sorte, não está sozinho em sua jornada. Assim, Jean Claude Van Damme e Dave Bautista (como o mestre e o vilão, respectivamente) mandam muito bem e garantem a diversão. E as cenas de luta são muito bem filmadas, por isso vale a conferida.
ASSASSINO À PREÇO FIXO 2 (2016)
Não tem jeito meus amigos: eu adoro o Jason Statham. De longe, é meu favorito herói dos filmes de ação da atualidade. Essa é a continuação da fraca refilmagem de 2011, mas que supera a obra anterior por ser muito mais divertida e menos pretensiosa. Tudo bem que acaba descaracterizando toda a classe em torno do assassino e seu método, mas quem se importa quando temos Statham incorporando o brucutu com bastante violência. Tem suas pontas soltas e gostaria de Statham voltando para outros personagens seus (como o sem noção Adrenalina), mas um filminho dele como protagonista sempre vai iluminar minhas tarde.
THE NEON DEMON (2016)
E, por fim, THE NEON DEMON. O plano era escrever uma postagem mais longa, mas resolvi escrever sobre a decepção do ano antes que o tal ano acabasse. O último filme do excelente diretor Nicolas Winding Refn é um maravilhoso espetáculo visual, com suas já citadas homenagens e referências a clássicos como Suspiria, mas com um conteúdo tão raso e superficial que chega a assustar de verdade a obviedade da coisa toda. Ao entrar e criticar o mundo da moda, Refn não consegue aprofundar suas teses e se alimenta dos próprios chavões que pretende detonar, criando um produto sem nenhuma alma. Com uma protagonista extremamente sem graça, salva-se Jena Malone como a complexa "amiga" e Keanu Reeves surpreendendo muito como um degradante e nojento dono de um motel. "Por fora bela viola, por dentro pão bolorento".