Existe bastante pretensão na maneira como Gus Van Sant filma sua versão de um massacre escolar - uma obra de narrativa em looping, com suas cenas repetidas em diferentes ângulos (um inferno em espiral dantesco). Certas escolhas de Van Sant são sutis e louváveis - um cineasta que sempre retratou, em sua filmografia, a juventude, o "come of age"; nessa obra, ele explicita sua incompreensão em relação a essa carnificina propiciada por jovens que ele supostamente entenderia em seus outros filmes. A mão do diretor é pesada, entretanto, em outros momentos - especialmente quando acompanhamos a dupla de assassinos e há uma pálida tentativa de se explicar a razão dos vilões. Entre erros e acertos, Van Sant fez um filme tão bizarro, inexplicável e impressionante quanto esses chocantes crimes. Possivelmente, a película de ficção definitiva sobre esse assunto.
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