O final de ano se aproxima e uma das tradições mais
interessantes começa a se intensificar pela internet: a confecção de listas,
dos mais diversos assuntos. Pessoalmente, adoro essas listas, mesmo quando a
injustiça é uma das principais características desses rankings. Não entremos em
polêmicas, porém – esse não é o nosso objetivo.
Aliás, essa é uma listinha diferente do que encontramos
normalmente nos blogs de cinema: eis aqui uma lista de alguns dos livros que eu
li esse ano que eu visualizo como um possível filme ou série; são livros que me
marcaram de alguma forma e, provavelmente, posso encaixá-los como meus
preferidos do ano.
Já estou preparando uma lista dos meus filmes preferidos
de 2012. Em breve eu posto essa lista mais “coerente” com a temática do blog.
Aguardem!
Propaganda Monumental (Autor: Vladimir Voinovich) – O melhor
livro que eu li esse ano, uma sátira sensacional sobre o socialismo soviético e
tudo que ele representou. As qualidades literárias são várias: a leitura é
dinâmica e ácida, os personagens são marcantes, o livro tem um ritmo ótimo e o
desenrolar da trama é maravilhoso. O que seria realmente formidável seria um
filme baseado nesse livro, com um diretor que conseguisse aliar acidez,
nonsense e crítica social bem forte. Mas seria uma adaptação bem difícil.
Imagino os Irmãos Coen encarando a produção e um elenco cheio de veteranos.
Enquanto um produtor esperto não lê minha sugestão, corra pra ler esse livro
fantástico.
Nenhuma Razão Para Partir (Autor: Seth Cameron) – Dessa
lista, esse é o exemplar mais recente que eu li. Recebi uma cópia das mãos do
autor, que publicou o livro com uma tiragem minúscula. Trata-se de um livro romântico,
bastante simples e sem nenhuma pretensão de se tornar um novo clássico.
Entretanto, essa simplicidade esconde uma estória com um personagem
interessante, cheio de tramas e complicações amorosas. O livro, em primeira
pessoa, acompanha bem a psique do personagem principal, alimentando minha
imaginação com um ator ideal para esse papel. Melhor que as pieguices do
Nicholas Sparks, Nenhuma Razão Para Partir é uma bela estória romântica, que
apesar de não ser meu estilo é superior a esses questionáveis best-sellers que
viram atrocidades nos cinemas. Quem tiver curiosidade, pode comprar a versão
digital do livro aqui.
Maus (Autor: Art Spielgeman) – Essa história abriu meus
olhos para as graphic novels. Simplesmente incrível relato de um sobrevivente
do holocausto – o quadrinista é filho do personagem principal. Um livro que
recomendaria pra qualquer pessoa, tão impactante quanto os mais tristes filmes
do tema. E a ideia de um desenho, na linha de Persépolis, tratando de um
assunto tão polêmico e forte me parece um passo ousado no mundo do cinema. Mas
não custa nada sonhar...
Educação Siberiana (Autor: Nicolai Lilin) – A máfia
russa... Esse é um livro de relato em que o autor conta suas memórias quando
membro da organização criminosa, quando ainda era um jovem muito perigoso.
Cheio de histórias arrepiantes e muita violência - creio que uma série HBO baseada
nessa obra seria uma ideia muito bacana, especialmente pela quantidade de
detalhes e crônicas do cotidiano russo que o livro apresenta. Material
excelente para um bom roteirista, não tenho dúvidas.
A Garota Einstein (Autor: Philip Sington) – Esse livro é
mediano. O desenrolar dele é muito lento, com muitas tramas desinteressantes,
idas e voltas temporais, além de muitas descrições. Entretanto, um bom
roteirista pode enxugar esse excesso e construir um belo roteiro focado na
interessante trama principal, que dá uma bela sujada no nome do Einstein.
Poderíamos um belo noir histórico, com bom elenco em personagens interessantes
além do desafio de um ator encarar o gênio alemão e torna-lo um personagem
humano demais. Tem potencial.