domingo, 14 de novembro de 2010

Combate Mortal (Karate Bullfighter, 1975)

Convenhamos que um filme onde o herói mata um touro bravo na base do caratê NÃO PODE ser ruim. Pois é, exatamente isso que você leu, caro leitor: o herói desta belezinha oriental mata um touro e arranca um de seus chifres com toda a potência marcial que possui!

Combate Mortal é um bom filme de artes marciais, mas dificilmente alguém que não curte o gênero poderá aproveitar a projeção. Temos uma estória de ritmo meio lento, com muitos clichês e várias "sub-tramas" que prejudicam o desenrolar da obra. São tantos personagens e dramas envolvendo o Mestre Oyama (Sonny Chiba) que os mais desatentos e os menos pacientes podem ficar aborrecidos.


As cenas de luta, o maior atrativo desse gênero cinematográfico, são boas apesar da falta de fluidez em razão dos ângulos utilizados pelo diretor Kazuhiko Yamaguchi, que filma de muito perto. Eu nunca tinha visto esse tipo de filmagem, mas não me culpem, pois conheço muito pouco do cinema oriental, mesmo sendo um fã...


É fato que a seqüência mais ferrada de todo o filme é a luta contra o tal touro. Pesquisando um pouco na internet, descobri que o Mestre Masutatsu Oyama realmente existiu: ele criou o estilo Karatê Kyokushinkai, que consistia, resumidamente, em um treinamento rígido e disciplinado, com técnicas eficazes para derrubar o oponente com um golpe muito eficaz.



Esse método foi por ele testado em 52 touros, três dos quais ele matou e 49 tiveram seus chifres arrancados por golpes de faca da mão. Quando assisti ao filme, pensei que era uma cena meio bizarra e exagerada, mas meu queixo caiu quando eu li estas informações na Wikipédia (acesse o link aqui).


E, no filme, a cena da morte do touro é absolutamente emblemática, pois o estilo adotado pelo diretor de câmera muito próxima durante a luta deixa a experiência bastante realista. Uma grande cena com certeza.


Vale destacar a atuação do carismático Sonny Chiba, que atuou muito bem neste filme, tanto em quesitos dramáticos quanto habilidades marciais. A cena final em que ele luta contra uns 50 caras é muito boa, por exemplo; seu desespero e arrependimento diante da esposa de um cara que ele matou é também uma bela mostra da atuação de Chiba.


Entretanto, todos estes méritos só são devidamente aproveitados por quem aprecia este tipo de cinema. Se você não gostar de artes marciais, passe longe deste aqui. Combate Mortal é o típico filme restrito a um específico círculo de privilegiados admiradores.

2 comentários:

  1. Pois é, achei sua crítica muito bem escrita e elaborada... mas cara, ele mata um TOURO!
    Sensacional, só pra quem gosta mesmo.

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  2. Isso é verdade Flávio! Combate Mortal é só para quem curte o gênero.

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