Bastante incomum esse filme na filmografia do Steven Seagal,
porque ele mal bate nos capangas do filme. Pra falar a verdade, temos apenas
duas cenas de ação envolvendo seu personagem, o que torna a obra menos
excitante para quem estiver procurando boas cenas de briga. Contudo, quem é fã
do mestre, como eu, será mais complacente com esta bobagem.
Seagal é um cientista cheio de títulos e diplomas, que leva
uma vida pacata e simples numa cidadezinha. Óbvio que os personagens de Seagal
nunca conseguem a paz, mesmo morando em cidades minúsculas e inóspitas. Assim,
a região abriga um fanático político que resolve começar uma guerra biológica,
inoculando-se com um vírus e infectando todo mundo ao seu redor. O interessante
é que o imbecil pensa ter uma cura para a doença, mas mais tarde ele descobre
que a vacina que ele tem não funciona para aquela variedade do vírus.
Quando Seagal não resolve as coisas na força física, ele se
torna o mais incrível dos cientistas. Seu personagem irá achar a cura da doença
e ainda livrar a cidade do bando de fanáticos políticos (porque esses vilões
sempre têm seguidores), coisa que as autoridades nunca conseguem fazer em
filmes como esse.
A Guerra Biológica tem muitos furos de roteiro, mas nada que
incomode tanto. O fato é que o filme é uma espécie de “Em Terreno Selvagem”
(outro filme de Seagal, para os mais perdidos) sem lutas. Temos uma trama com
temática biológica, valorização da natureza, respeito aos índios – elementos já
apresentados em outros filmes dele como o já citado Em Terreno Selvagem e
Ameaça Subterrânea – bastante superiores.
O filme não tem lutas – e ficarei repetindo isso nesse
texto, pra que ninguém se diga desavisado quando for encarar a obra. O vilão é
muito bobo – um típico caipira nacionalista norte-americano, com discursos
republicanos e teorias da conspiração na ponta da língua. O personagem não
provoca receios (especialmente pelo intérprete bem ruinzinho), mas entra na
história dos filmes do Seagal como um dos vilões com morte mais criativa que o
mestre do Aikido já matou. Nunca uma taça de vinho foi tão mortal...
Durante toda a obra Seagal está cavalgando em seu rancho,
dentro de um laboratório ou dirigindo sua picape. Nada muito excitante, mesmo.
Se você curtir os filmes do cara, essa pode ser uma sessão bastante curiosa. Nada
muda o fato, entretanto, que A Guerra Biológica é bem fraquinho e,
possivelmente, um dos filmes mais decepcionantes do Steven Seagal.
OBS - Apesar de ser fã do cara, esse é o primeiro filme dele que eu comento aqui no blog. Em breve vou reparar essa falha!