terça-feira, 30 de junho de 2015

Revista Preview - Junho de 2015

Bela capa, seguindo a tradição da revista SET de lançar
mais de uma capa por mês, para colecionadores. Aliás, a
revista Preview tem alguns colaboradores da antiga revista
SET. 
Já estava planejando comentar por aqui sobre as minhas leituras relacionadas ao mundo do cinema e outras coisinhas mais. Vamos começar falando dessa edição da revista Preview, que nunca me chamou a atenção, até semana passada quando descobri que Carlos Primati, um dos responsáveis pela melhor revista de cinema já lançada em território nacional (a saudosa CINE MONSTRO), assinava uma matéria sobre o cinema de horror brasileiro. Por isso, desembolsei os 13 reais (as revistas estão cada vez mais caras, pra um veículo que está capengando em relação a Internet) e embarquei na leitura.

Apesar de fina, há um bom conteúdo em seu interior. O que mais me chamou a atenção foi a quantidade de matérias sobre o cinema nacional, uma abordagem bem maior que a finada revista Set trazia. A melhor matéria, de longe, foi a do Primati, fazendo um apanhado geral sobre os filmes de gênero no Brasil, o Fantaspoa e os diretores que mantêm o terror vivo. As 32 críticas presentes eram bastante curtas, pouco informativas e mais opinativas, e nada memoráveis. 

De uma maneira geral, a experiência de comprar uma revista de cinema nas bancas foi muito bacana; e o texto sobre os filmes de terror nacionais foi bastante interessante e cheio de referências para pesquisar (mais um suspiro de saudades em relação a CINE MONSTRO). Contudo, o preço salgado, o reduzido número de páginas e os textos sem sal são pontos a serem melhorados. Se a capa me interessar, talvez adquira alguns números futuros, mas por enquanto, só acompanharei o facebook da publicação.

sábado, 27 de junho de 2015

Expresso do Horror (Horror Express, 1972)



O professor Alexander Saxton (Christopher Lee) encontra, numa expedição à Manchúria, um fóssil de uma criatura congelada - descoberta que provocará muitas discussões no mundo científico. Desta maneira, o professor embarca no expresso transiberiano com seu imenso caixote, agindo com toda a pompa imperialista e arrogante. Entretanto, o pânico se espalha quando a criatura é despertada e começa a atacar os passageiros do trem, deixando um rastro de mistério, pânico e olhos brancos.

A trama de EXPRESSO DO HORROR é bem maluca, senhores. Assistir esse filme procurando lógica ou levando a coisa toda muito a sério é um tiro no pé atroz. O que essa obra apresenta, em se tratando de texto, é uma criatividade ímpar ao aliar vários elementos do cinema de horror e seus subgêneros, reservando algumas surpresas quando descobrimos do que se trata a criatura.  Não apenas o desenrolar do enredo, mas os diálogos são realmente divertidos, assim como os personagens do filme.


Sobre os personagens, não apenas um argumento bem desenvolvido, mas atuações muito boas como a do mestre Christopher Lee, Peter Cushing (inspirado e gracioso em seu papel), Telly Savalas (perfeito na persona de um militar arrogante e truculento), Julio Peña, Helga Liné e, principalmente, Alberto de Mendonza como o padre Pujardov, claramente inspirado na mítica figura de Grigori Rasputin, uma figura trágica e complexa que só mostra as reais intenções após metade da fita.


É bastante impressionante ver como o diretor Eugenio Martín conseguiu reunir um elenco estelar num roteiro que poderia descambar pra palhaçada facilmente. São elementos de sci-fi e terror religioso, ambientados num clima de Agatha Christie - uma mistura realmente original. Sem falar na própria direção de arte do filme e em cenas realmente memoráveis como a criatura atacando o personagem de Peter Cushing ou o epílogo em que zumbis atacam Chriistopher Lee, num jogo de luzes e takes maravilhosos, cheios de tensão.

EXPRESSO DO HORROR figura facilmente na minha lista de filmes favoritos de horror dos anos 70. E classifico-o como um clássico cult, esquecido, dessa época de ouro do cinema de horror. Merece um lugar na estante de qualquer fã.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

O Estripador da Rua Augusta (2015)



Demorei bastante pra escrever sobre o primeiro projeto de crowdfunding que eu tive a felicidade de participar. Foram dois anos até ser surpreendido com o DVD do filme aqui em casa. E pude conferir, com exclusividade, uma boa amostra de cinema de horror nacional.

Olhando a obra com o máximo de distância possível (fator complicado, pois sinto-me como uma parte, mesmo que distante, deste projeto), posso afirmar que o curta-metragem é uma maravilha para os amantes do cinema gore. A trama bastante simples é eficiente para mostrar o melhor da obra: os efeitos sanguinolentos, muito bem feitos. 

O clima de baixo orçamento é evidente, contudo não atrapalha de maneira nenhuma a apreciação da obra. Aliás, quem espera por rompantes de roteiro ou tramas rocambolescas merece sofrer como a vampira protagonista (Monica Mattos) que faz suas vítimas na mítica Rua Augusta, até ser atacada pelo tarado Estripador da Rua Augusta (Henrique Zanoni), que faz dela gato-e-sapato até uma reviravolta final bem bacana.

O DVD contém duas versões, uma dirigida por Felipe Guerra e outra por Geisla Fernandes. Acho a versão do Felipe melhor, especialmente por não ter a narração didática da protagonista, um recurso do qual nunca fui fã. 

O ESTRIPADOR DA RUA AUGUSTA é um bom curta metragem e fico muito satisfeito com o resultado da produção. Que venham mais produções de horror brasileiras, que possamos apoiar de alguma maneira - sem choradeira ou reclamações sobre o quão difícil é ser cineasta de horror por aqui. Espero sempre poder participar delas, de alguma maneira, nem que seja com um texto medíocre como este. 

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Jessabelle (2014)


Existe um dilema ao se escrever sobre um filme como JESSABELLE: se por um lado eu aplaudo a distribuidora e os cinemas por exibirem um filme de terror menos mainstream, por outro eu detono pela mediocridade da obra em si. Se vocês me perguntarem se eu prefiro mais filmes de terror nos cinemas, independente das qualidades da obra, ou filmes mais selecionados de horror, ficaria ainda com a primeira e atual opção; principalmente porque mesmo quando as obras são fracas, a experiência de ir ao cinema ainda conta muito...

JESSABELLE acompanha uma jovem (Sarah Snook) que após um traumático acidente de carro, volta para a casa de seu pai, um viúvo beberrão e amargo. Confinada numa cadeira de rodas e  na casa cheia de barulhos, espelhos e sombras esquisitas, a jovem acha algumas fitas VHS com filmagens de sua mãe - falecida quando a protagonista era bebê - realizando leituras de cartas (como se fosse tarô) sobre o destino de sua filha quando esta completasse dezoito anos. A leitura das cartas porém guarda algumas surpresas bastante desagradáveis em relação ao futuro da jovem e às experiências esquisitas que ela vivencia na casa do pai.

O principal problema desta produção é seu roteiro bastante enrolado. As respostas até são cedidas ao final da película, mas não são satisfatórias de uma maneira geral, principalmente pela contradição com certos trechos do filme. Talvez, se o filme tivesse investido mais na atmosfera sinistra da casa do que em soluções supostamente engenhosas de tama, o resultado teria sido mais marcante.


O que me leva a discutir o clímax do filme, também comprometido pela incongruência; num momento do filme só a protagonista enxerga a entidade, enquanto em outra cena um personagem secundário é atacado e vê a assombração... E a última cena é tão fraca, caindo numa velha armadilha de filmes de terror que tentam surpreender, mas falham miseravelmente. 

Existem aspectos positivos: o bom trabalho dos atores, a trilha sonora interessante, o som do filme (parte técnica essencial para qualquer filme do gênero), as localidades interessantes (o estado de Lousiana, com seus pântanos ou bayous - cursos de rios pantanosos) e o flerte discreto com a cultura vodu (uma pena o filme não ter se aproveitado mais desses conceitos, como acontece no bastante superior A Chave Mestra - leia o meu texto sobre esse filme aqui). E vamos combinar que o filme tem ao menos uma boa cena de terror que seria a cena da banheira. 

Saí do cinema criticando bastante o filme, mas no fundo eu nutro uma simpatia em relação a esse lançamento. Não é exatamente o que eu espero de um bom filme de terror, mas só por ter um roteiro original, ter belas qualidades técnicas e atuações satisfatória, JESSABELLE merece uma conferida. Nós, fãs de filmes de terror, temos de aproveitar essas oportunidades. E vamos combinar que o pôster é muito maneiro. 

domingo, 21 de junho de 2015

Jurassic World (2015)



Quando o trailer deste filme foi lançado, pensei em tornar público, por meio de uma postagem, meu completo desagrado em relação a esta produção. Divido meu equívoco com atraso e prazer, pois Jurassic World se mostrou um excelente entretenimento e um caso supremo de superação das mais baixas expectativas. 

A escolha do elenco se mostrou extremamente acertada com Chris Pratt se solidificando como um dos melhores astros da geração atual, Bryce Dallas Howard bela e simpática, uma boa dupla de atores mirins e coadjuvantes de luxo como Vincent D'Onofrio, Irrfan Khan e Jake Johnson divertindo-se em seus papeis. 

O tom do filme é de homenagem e leveza. Sou muito fã do filme original de 1993 e a quantidade de referências ao original (desde cenas explícitas como easter eggs à la Marvel Studios), a volta de um personagem, as boas cenas de ação - tudo encaixado numa trama meio boba, mas ainda assim divertida. A direção de Colin Trevorrow reverencia a fonte original, sem acrescentar muito estilo, mas utilizando doses cavalares de nostalgia. E os fãs de cinema pipoca não podem negar a emoção de se ouvir a música tema de John Williams tocando nas salas de exibição. Me diverti demais e escrevo com convicção: se você for fã do original, é obrigatório conferir este novo filme nos cinemas. 

OBS - Estava absolutamente desanimado com o novo filme d'O Exterminador do Futuro (especialmente após o trailer boçal veiculado nos cinemas), mas penso em dar uma nova chance, pois estas franquias antigas vem rendendo bons frutos (Jurassic World, Mad Max). Vamos ver...

sábado, 20 de junho de 2015

Coração Valente (Braveheart, 1995)


A lista de filmes clássicos que eu não assisti pode assustar os cinéfilos de carteirinha, principalmente pelos títulos tidos como essenciais para qualquer amante de cinema. Pessoalmente, não fico neurótico com isso, mas tenho um sentimento de "trabalho concluído" quando assisto alguns desses clássicos.

CORAÇÃO VALENTE era um desses filmes que tive diversas oportunidades de assistir,  um sem número de vezes. Já era familiar com a trama e algumas cenas clássicas como o discurso do personagem principal, que provoca arrepios em qualquer situação que eu acabe por assistir novamente. Estava na hora de conferir o filme completo.

E o que temos é um épico dos bons: CORAÇÃO VALENTE é um daqueles raros filmes absolutamente inspiradores e motivacionais, cujo desfecho nos toca e desperta uma vontade de sair por aí de kilt e espada nas regiões montanhosas da linda Escócia. As cenas de batalha são espetaculares, os diálogos são inesquecíveis e as atuações são sensacionais. 


A direção de Mel Gibson é interessante e este é seu melhor filme como diretor. É verdade que o filme contém vários fatos históricos incorretos, mas eu pouco me importo quanto a isso, especialmente porque o cinema não é substituto de uma aula de história, mas um combustível para nos instigar a estudar a matéria. O que me incomoda na direção e roteiro é a vontade de tornar o protagonista numa espécie de cristo escocês, um tema de fascínio para GIbson, que filmaria sua própria versão da história de Jesus muitos anos mais tarde. 

As maravilhosas paisagens, as batalhas violentas e brutais, a trilha sonora inesquecível James Horner (que, no mesmo ano tinha composto outra trilha espetacular - do filme Apollo 13), a fotografia... CORAÇÃO VALENTE é um clássico do cinema moderno. Para ser assistido quando nos esquecemos de como algumas pessoas tiveram vidas extraordinárias e como podemos tomar inspiração frente ao opressivo e medíocre cotidiano que muitas vezes enfrentamos.

domingo, 14 de junho de 2015

Com As Próprias Mãos (Walking Tall, 2004)


Já que estamos nessa pegada The Rock, nada melhor do que escrever sobre o meu filme preferido dele: COM AS PRÓPRIAS MÃOS é um exemplar de filme de ação pra qualquer fã daquele cinema brucutu dos anos 80 e 90 não botar defeito.

O Wrestler interpreta Chris Vaughn, militar reformado que ao retornar para sua cidadezinha, descobre que o lugar se tornou um antro de drogas, prostituição e jogatina com a instalação de um cassino por um ex-colega de Chris (Neal McDonough, sempre presente como vilão em filmes menos prestigiados de ação). Ele não tem intenção de arranjar confusão no início da película, mas uma série de circunstâncias o levarão a fazer justiça COM AS PRÓPRIAS MÃOS (não resisti ao péssimo trocadilho, que certamente foi utilizado quando exibido no Domingo Maior ou alguma dessas sessões de filme das tvs abertas). 

Vamos lá, vocês não esperam um filme brilhante e dramático. COM AS PRÓPRIAS MÃOS entrega cinema de ação básico e sem frescuras, com algumas doses de comédia pelo parceiro de The Rock, o carismático Johnny Knoxville. Não existem atuações marcantes, mas já podemos perceber o carisma de The Rock, que segura muito bem o filme como protagonista. 


O forte aqui são as cenas de briga, com The Rock extremamente truculento em algumas delas. A cena em que ele entra no cassino com uma ripa de madeira e destrói quase tudo pelo seu caminho é um espetáculo. Esqueça as tentativas fúteis de aprofundar alguns personagens como Knoxville ou o sobrinho do protagonista: o valor do filme está em fazer muito bem feito o básico dos saudosos filmes de ação - tramas simples, protagonistas carismáticos e cenas bem filmadas de ação.

Depois deste filme, The Rock teve uma carreira irregular no cinema de ação, participando de bombas como Doom, mas variando bastante nos gêneros e mantendo sempre o carisma - encabeçou alguns filmes da Dsiney. Chegou a voltar a lutar como wrestler e entrou muito bem para uma franquia de sucesso (Velozes e Furiosos). Ainda espero que The Rock protagonize mais filmes de ação como COM AS PRÓPRIAS MÃOS - uma obra que sempre me deixa de bom humor nos dias mais chatos. O filme gerou, até onde sei, mais duas continuações de baixo orçamento com o também carismático Kevin Sorbo como o protagonista. Cheguei a assistir o terceiro filme da série e lembro de ter gostado e resenhado o filme em meu finado blog. Assim que eu cruzar com essas continuações, vou resenhar aqui no blog. 

sábado, 13 de junho de 2015

San Andreas (2015)



Dwayne "The Rock" Johnson está para o mundo do cinema atual assim como Dave Grohl (vocalista da banda Foo Fighters) está para o mundo da música atual. Ambos são competentes no que fazem, não sendo exatamente originais, mas fazendo o básico de uma maneira eficiente e competente. O grande triunfo são as ações que aproximam a personalidade do público, como Dave Grohl que, recentemente, caiu de um palco, quebrou a perna e voltou pouco tempo depois para finalizar o show ou Dwayne Johnson que participou do casamento surpresa de um fã...

Assim, fica fácil ser conquistado pelo ator, mesmo com um filme tão bobinho como SAN ANDREAS (pode esquecer o título nacional bocó). Não que o filme seja ruim, muito pelo contrário: ótimas cenas de destruição em massa, bom ritmo de drama/ação/destruição e atuações que não comprometem. 

SAN ANDREAS é quase que uma refilmagem de O DIA DEPOIS DE AMANHÃ, mas trocando-se a nevasca por um terremoto colossal e a inteligência do cientista Dennis Quaid pelos músculos do bombeiro Dwayne Johnson. Além de The Rock, destaco no elenco a bela Alexandra Daddario como filha do protagonista e Paul Giamatti inevitavelmente como o intelectual da trama.

A previsibilidade da trama não chegou a me incomodar, mas o final do filme, com uma toada patriota chegou a me dar ânsia de vômito. Mas fui capaz de relevar, pela diversão em geral da película. 

Temos todos os clichês do gênero e arquétipos típicos desse tipo de filme. Pessoalmente, sempre fui fã de filmes de catástrofe e o fato de termos um ator carismático como The Rock na ponta do elenco só me agrada mais. É verdade que o filme tem uma boa dose de incoerência e obviedade, mas quem se importa com isso diante de duas horas de imersão? 

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Christopher Lee (1922-2015)



"Making films has never just been a job to me; it is my life. I have some interests outside of acting - I sing and I've written books, for instance - but acting is what keeps me going: it's what I do; it gives life purpose."