quarta-feira, 30 de março de 2011

Trailer da Semana: The Disco Exorcist (2010)

Num dia de notícias bacanas para cinéfilos brasileiros amantes do cinema de horror (refiro-me à vinda do grande diretor italiano Lamberto Bava para o Fantaspoa deste ano!!), nada melhor do que um bom trailer do gênero para nos deixar na expectativa de assistir, futuramente, a um bom filme de horror. Neste caso, não sei se podemos chamar The Disco Exorcist de terror, pois só este nome me provoca risos; contudo, mesmo não provocando espécie alguma de susto, o trailer de The Disco Exorcist causa um sentimento de nostalgia para os amantes de filmes B e exploitations. E, segundo alguns sites gringos, o filme até provoca medo em alguns momentos... Enfim, se te assusta ou não, é só dar um play aqui embaixo para você tirar uma conclusão. Uma coisa é certa: a crítica dele será devidamente postada, em breve, aqui.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Sucker Punch (2011)


No dia de hoje eu senti uma necessidade imensa de correr para uma sala de cinema para esquecer minhas aflições e problemas do cotidiano. Enfim, queria mergulhar em algum universo onírico e maravilhoso, assim como a protagonista de Sucker Punch, a bela Baby Doll (Emily Browning), faz para esquecer a triste realidade que a cerca.


Baby Doll acaba de perder a mãe e seu padrasto não é um bom sujeito. O homem tenta violentar Baby e sua irmã, resultando na morte da irmã e na injusta acusação de Baby como assassina de sua própria irmãzinha por instabilidade psicológica. A menina acaba sendo internada num hospício onde sofrerá o processo de lobotomia em 5 dias.


A estória sofre uma guinada neste momento e somos introduzidos a um novo universo, com as mesmas pessoas, mas num ambiente diferente. Ao invés de um hospício, temos um bar cabaret/prostíbulo onde as pacientes tornaram-se dançarinas sensuais e Baby Doll resolve fugir com mais quatro garotas dançarinas. E esta fuga envolverá muito perigo e imaginação.



Pois é: bem complicado escrever uma sinopse sem revelar todas as surpresas e nuances da nova obra de Zack Snyder. O estilo de sua direção, com músicas consagradas "dialogando" com as cenas, tomadas visualmente únicas de cenas de ação e um visual muito belo e apurado se faz presente. Apesar de muitos criticarem, eu até gosto do trabalho de Snyder atrás das câmeras, mas não há como negar que este diretor não possui o tato em cenas sentimentais, substituindo esta deficiência com músicas consagradas; neste caso, temos desde Eurythmics (cuja canção Sweet Dreams é cantada por Browning) até Jefferson Airplane, que melhor expressam os sentimentos de seus personagens.


Sobre as cenas de ação, devo dizer que elas são eficientes, mas algumas delas (mais especificamente o encontro de Baby com alguns samurais anabolizados) não funcionam, parecendo fases de videogame. Mas em outras cenas, como a sequência nas trincheiras e no trem funcionam extremamente bem.


Gostei bastante da escolha de elenco em Sucker Punch. Afinal, não é sempre que vemos cinco belas moças sendo protagonistas de uma obra de ação e chutando os traseiros de monstros com máscaras de gás e dragões furiosos. Tal elenco foi bem escolhido, apesar de existirem alguns momentos de inexpressividade de Browning. Têm-se, ainda, as ilustres presenças de Carla Gugino (irreconhecível, diga-se de passagem) e o bom e velho Scott Glenn. O vilão ficou para o (ainda) desconhecido ator guatemalteco Oscar Isaac, que fez um ótimo trabalho aqui.


Das cinco moças, o maior destaque vai para Jena Malone, que dá um show interpretando a desesperada Rocket. As outras moças fazem bem seus papéis, mas não há destaques maiores.



Apesar das cenas mirabolantes de ação, Snyder tem uma espécie de "desculpa" para que elas estejam ali, misturando cultura oriental (espadas e samurais), lendas medievais (dragões e castelos) e estética steampunk (com direito a zepelins e máscara de gases). Essa mistura tem justificativa por se tratar da imaginação de Baby Doll, a maior arma que ela tem contra todos os assédios e injustiças que sofre.


Snyder criou um universo único e interessante. O que eu gostei foi este compromisso em criar uma obra para se mergulhar de cabeça durante sua projeção, e fazemos isto junto de Baby Doll. Apesar das impiedosas críticas e da bilheteria tímida, recomendo Sucker Punch, por se tratar de uma estória original, bastante envolvente e com um visual, no mínimo, interessante. Bom entretenimento com suas falhas e acertos, mas, ainda assim, bom entretenimento.

domingo, 27 de março de 2011

Um Segredo Entre Nós (Fireflies in the Garden, 2008)


É incrível quando a união de várias pessoas competentes pode resultar em experiências recompensadoras. Um Segredo Entre Nós é um bom exemplo de como se fazer um filme dramático denso e relevante. Eu, particularmente, não sou um grande fã de melodramas, mas confesso que me surpreendi com esta obra em questão.


Não há novidades narrativas aqui: a estória gira em torno de uma família cheia de problemas e "esqueletos no armário". Quando ocorre uma tragédia com a matriarca da família (Julia Roberts), as feridas destas pessoas são expostas, unindo passado e presente de uma maneira bastante incômoda.


Creio que o grande tema do filme é que o tempo não cura nada, como muitos acreditam. Existe uma hora em que somos confrontados pelos problemas da vida e não há como fugirmos. O personagem principal, o escritor Michael (um ótimo desempenho de Ryan Reynolds), deverá superar todos os problemas que teve com seu rígido pai (Willem Dafoe) durante sua juventude. Quando ambos se resolverem, pode ser que a vida torne a entrar nos eixos. Caso contrário, ela desmoronará.


É preciso salientar o trabalho exemplar do elenco. Roberts, Reynolds e Dafoe estão excelentes e os coadjuvantes também estão incríveis (Emily Watson e Ioan Gruffudd são os destaques). O diretor Dennis Lee conduz a obra com estilo e segurança, sendo também um destaque.


Um Segredo Entre Nós é um drama interessante e bem dirigido, sem muitas novidades para o gênero. Mas trata-se de uma estória bem contada com belas atuações, além de um final bacana. Para mim, já foi o suficiente.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Marcelino Pão e Vinho (Marcelino Pan y Vino, 1955)


A trama do jovem órfão abandonado na porta de um mosteiro que acabará sendo criado por bondosos monges já se tornou um clássico. Desde desenhos animados até paródias e homenagens (como em Nacho Libre, de Jack Black), Marcelino Pão e Vinho tornou-se uma referência em todos os sentidos, em diversas mídias.


Esta estória foi extraída de uma lenda medieval, num volume de Afonso, o Sábio – um rei espanhol. A lenda foi modernizada e transformada em livro e filme, que foram grandes sucessos, tendo o filme ganhado dois prêmios em Cannes e concorrido à Palma de Ouro.


E não é para menos. Afinal, tem-se uma produção muito bela e tocante, que ainda encanta após mais de meio século de sua estreia nos cinemas. Apesar de ter um forte cunho religioso, a obra supera qualquer crença da face da terra ao abordar um tema magnífico, encantador e universal: a inocência de uma criança, que neste caso tem a face do jovem Pablito Calvo como o travesso e bondoso órfão.


O filme acompanha a convivência do jovem Marcelino no mosteiro, fazendo travessuras e ajudando os religiosos, carregando em sua precoce vida o fardo de não ter conhecido sua mãe.


O diretor Ladislao Vajda captou perfeitamente a inocência da idade infantil, mesclando com temas fortes e polêmicos como perdas e religiosidade, transformando Marcelino Pão e Vinho num incontestável clássico europeu. Existe bastante religião na obra (especialmente em seu epílogo), mas nada que ofenda qualquer espécie de doutrina ou crença religiosa.

Ao final da sessão, fica-se o seguinte pensamento: já não se fazem mais filmes como este. E isso, é uma pena.

sábado, 12 de março de 2011

O Vencedor (The Fighter, 2010)


E mais uma vez, a nobre arte tomou as salas de cinemas. O boxe sempre foi um esporte poderoso em suas metáforas e extensões sentimentais, que ultrapassam as cordas do ringue para a vida dos lutadores, representando dramas, conquistas, sofrimentos e vitórias. Em O Vencedor, tem-se a história real de um boxeador que outrora fora brilhante no ringue, mas fracassou na vida pessoal ao afundar no mundo das drogas. E ele quase arrastou, sem querer, seu irmão mais novo para o fracasso, sendo agente e treinador do mesmo. A história de superação de ambos é o foco deste filme de David O. Russell.


Grandes atuações, especialmente de Christian Bale e Melissa Leo (vencedores do Oscar deste ano), além, é claro, de Mark Whalberg e Amy Adams, também ótimos. A direção é ótima, com muito vigor e personalidade. Incrível como O. Russell foge dos clichês, fazendo um filme de boxe completamente diferente de outras obras do gênero.


Contudo, há um grande problema em O Vencedor: a última luta não cativa e nem arranca emoção da plateia como ocorria em Rocky (em qualquer um dos seis filmes da série, a última luta sempre foi emocionante). Uma pena que o filme falhe neste momento que deveria ser de glória absoluta. Também senti falta de uma trilha incidental mais envolvente e poderosa.


É um bom filme, que mereceu cada um de seus prêmios. Mas uma pena que seu clímax não tenha a mesma força que seu protagonista Micky Ward.

terça-feira, 8 de março de 2011

Game of Death (2010)


Vocês já notaram como poucos filmes de ação de verdade são lançados no cinema? Quando digo filmes de ação de verdade, refiro-me aqueles filmes onde se têm tiroteios, perseguições de carro, muita porrada e um astro que segura a obra praticamente sozinho, com suas habilidades marciais e seu eterno senso por justiça. Em filmes de ação de verdade não há efeitos especiais para distrair o expectador. A estória é, por vezes, a mesma já contada em vários outros filmes. O vilão é quase sempre um sujeito genuinamente mau e quanto mais dolorosa sua morte, melhor. Enfim, as coisas são simples no cinema de ação de verdade e é por isso que eu adoro estas obras: são filmes honestos com o seu público, com o objetivo único de garantir diversão.


Uma pena, porém, que estes filmes não tenham mais espaço nas salas de cinema. E os atores que antes eram amados pelo público e venerado pelos jovens são, hoje, astros das videolocadoras, com seus filmes sendo relegados a uma circulação mais limitada.


Dentre estes astros, Wesley Snipes é um dos que resistem com este tipo de cinema, lançando pelo menos um filme do gênero por ano. E para quem gosta de filme de ação, sabe-se muito bem que Snipes é um mestre no que faz. Além de fazer suas cenas de ação de maneira eficiente, incluindo lutas bem coreografadas, ele atua de verdade, criando personagens diferentes e marcantes ao longo de sua filmografia. São personagens injustiçados pelo sistema, perseguidos pelo governo, mas que mantêm a ética inabalada, sempre do lado do bem – um elemento definitivamente maniqueísta, convenhamos.



Em sua última incursão no cinema, Wesley Snipes somou acertos e erros, resultando em Game of Death, uma obra muito divertida, mas que só será realmente divertida para quem aprecia este tipo de cinema. Afinal, tem-se um filme com ótimas cenas de ação, um vilão bem feito (cortesia do veterano em fitas de ação Gary Daniels); entretanto, parece que estamos vendo o mesmo filme pela centésima vez, tamanha sua semelhança com várias outras obras do ator como O Agente e US Marshalls.


Neste filme, Snipes é um agente da CIA que trabalha disfarçado como segurança de um mafioso (Robert Davi). O bandidão irá fazer uma transição financeira e a equipe de Snipes resolve roubar a grana. O problema é que Snipes não se tornará um bandido por um punhado de dólares e caberá a ele matar estes agentes corruptos que tentaram assassinar nosso herói, mas também incriminá-lo.



Apesar de Game of Death estar recheado de maneirismos visuais que prejudicam a fluidez da obra (especialmente a edição picotada, que tornam as cenas de luta difíceis de acompanhar – entretanto, neste filme em questão, as lutas são bem coreografadas). Mas fora este detalhe, Game of Death agrada por ter como ator principal Snipes, um sujeito carismático que consegue ser um "badass" sem se tornar um vilão.


Trata-se de um filme com público alvo limitado. Mas se você curte um filminho de ação, Game of Death é a obra certa. Simples como seu roteiro manjado, Game of Death não será, provavelmente, lembrado após seus 80 minutos de ação; mas que durante estes 80 minutos você se divertirá, isso eu garanto.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Em defesa de Nicolas Cage: Especial de Três Críticas


Não tem jeito: quando a "crítica especializada" resolve pegar no pé de um ator, todos os filmes do mesmo tornam-se intragáveis. Nicolas Cage tornou-se o alvo preferido dos jornalistas, sendo chamado de canastrão e sofrendo críticas até pelo seu próprio corte de cabelo – enfim, uma grande palhaçada.

É claro que o ator fez algumas escolhas equivocadas de projeto. Como não lembrarmos, por exemplo, de O Sacrifício? E o fraquíssimo O Vidente? Sim, o homem fez algumas escolhas infelizes.

Mas é dureza vermos um pessoal afirmar, por exemplo, que Nic Cage não faz nada decente desde Adaptação, de 2002. Por acaso eles não se lembram do excepcional O Senhor das Armas? E As Torres Gêmeas? Sem falar nos divertidos Motoqueiro Fantasma e Kick-Ass. Em todos estes e em outras películas, Cage sempre cumpre seu papel muito bem, sem atuações impressionantes ou marcantes (com exceção de O Senhor das Armas, que é uma das melhores intepretações da vasta carreira de Cage), mas sempre competentes.

A verdade é a seguinte: Nicolas Cage é mais uma vítima de um mal que ataca uma grande parcela dos críticos – a generalização. Penso que por ele não ter sido premiado por nenhum filme pós-Adaptação (a não ser pelo filme Vício Frenético, que eu não assisti), as pessoas resolveram detonar seus últimos filmes.

Por isso, faço esta postagem em defesa deste ótimo ator com uma carreira respeitável e muito interessante. Por ter assistido a alguns filmes do cara nas últimas semanas, fiz esta postagem sobre três filmes dele. Interessante que o mais fraquinho deles é de 2001, antes do venerado Adaptação. Vamos às críticas então:


Uma insípida estória de amor na Grécia:

Foram sofridos 131 minutos de um romance fresco; O Capitão Corelli (Captain Corelli's Mandolim, 2001) foi um martírio enquanto eu assistia-o. Para começar, não sou fã de filmes românticos. Mas tirando o meu preconceito de lado, tem-se um filme que poderia ser bem melhor.


O Capitão Corelli resgata um episódio histórico, no mínimo, interessante: a ocupação das ilhas gregas pelos alemães e italianos durante a 2º Guerra Mundial. Durante a ocupação, a bela Pelagia (Penélope Cruz, numa atuação sofrível) apaixona-se por um oficial italiano, o tal Corelli, um homem amigável cuja guerra não é seu lugar. Existem dois problemas, entretanto: ela já é comprometida com um jovem grego que partiu da ilha para fazer parte da resistência (interpretado por Christian Bale) e Corelli é, no fim de tudo, um dos inimigos.


Trata-se de um drama/romance de guerra muito fraco, com um roteiro desleixado e que desrespeita a nossa inteligência em muitos momentos. E Cage falando com sotaque carregado de italiano é, no mínimo, engraçado. Ele se esforça no papel, e você cria empatia pelo tal capitão.

Acontece que o roteiro é de uma incompetência assombrosa, abarrotado de clichês e tentativas fracassadas de envolver o público. Com um roteiro destes, não há atuação que salve o filme.

Diversão no melhor estilo Disney:


Cara, que filme divertido! O Aprendiz de Feiticeiro (The Sorcerer's Apprentice, 2010) é uma aventura no melhor estilo da Disney, com bastante ação, bons efeitos especiais e atuações no ponto (especialmente Alfred Molina, perfeito como o vilão Horvath). Nic Cage é o mago Balthazar que procura por um descendente do mago Merlin, que se trata do jovem estabanado Dave (Jay Baruchel).


A produção assinada por Jerry Bruckheimer prima pela beleza visual, com um roteiro fácil e eficiente. A direção ficou para Jon Turteltaub, um veterano em filmes da Disney.


Produzido para fisgar o público pré-adolescente estadunidense (com direito ao patrocínio do jogo de cartas Magic The Gathering e música da banda "queridinha dos jovens" OneRepublic), O Aprendiz de Feiticeiro é o exemplo de aventura juvenil perfeita. Vale o ingresso.


Um interessante suspense medieval:

Caça às Bruxas (Season of the Witch, 2011) foi alvo de tantas críticas negativas que eu cheguei ao cinema com expectativas nulas para com a obra. Não só as críticas, mas o diretor Dominic Sena (que conseguiu estragar a adaptação dos quadrinhos Whiteout – leia a crítica aqui) também contribuiu para a aura de desconfiança sobre o último filme de Cage. Contudo, qual não foi minha surpresa ao descobrir que Caça às Bruxas é uma ótima aventura medieval e envolvente na medida certa.


O filme não é uma maravilha da natureza, mas com certeza não é o lixo que muitos propagaram por aí. Foi surpreendente notar o apuro histórico em certos detalhes como a podridão da Idade Média, as máscaras utilizadas pelos médicos e a falta de escrúpulos da Igreja Católica. O personagem de Nicolas Cage é um cruzado que, desgostoso com os rumos da Guerra Santa, deserta, junto de seu companheiro de batalha Felson (Ron Perlman).

O problema é que a deserção de ambos será punida e a única forma de evitar um julgamento é que eles aceitem a missão de levar uma possível bruxa até um mosteiro onde ela será julgada por ter trazido a peste para as terras europeias. Behmen (Cage) aceita, com relutância, esta missão, por acreditar na inocência da "bruxa" (Claire Foy). Mas a viagem até o mosteiro provará que esta pode ser uma bruxa de verdade.


Apesar de o filme abusar dos sustos fáceis, quando Dominic Sena aposta no suspense ele o faz de maneira muito competente, como na cena da ponte, sem dúvida a melhor do filme. Entretanto, se há um problema que afeta Caça às Bruxas é um mal que afeta várias produções deste gênero o excesso de computação gráfica. No clímax da obra, todo suspense é jogado fora para dar lugar a um monstro digital sem graça, tal como ocorreu em Solomon Kane. Esses diretores ainda não entenderam que a estória em si é muito mais importante do que efeitos especiais bobos.

Trata-se de uma boa aventura medieval, cumpridora de seu papel primordial: entreter o público. Talvez não seja o filme que muitos esperam do ator Nicolas Cage, vencedor do Oscar, mas isso não diminui a diversão provocada pela trama. O caso é que Nicolas é um dos atores mais ativos de Hollywood, com muitos altos e baixos, acertos e erros. Mas uma coisa é certa: que ele se diverte fazendo filmes e, na maioria das vezes, nos diverte também. E só isso já basta.

sábado, 5 de março de 2011

Crimes em Primeiro Grau (High Crimes, 2002)


Mais uma fita de ação estrelada pela bela Ashley Judd, Crimes em Primeiro Grau é uma estória envolvente de mistério, que apesar de ser um tanto previsível para os mais observadores, mantém o interesse até seu epílogo. Temos aqui a brilhante advogada (Judd) com seu marido (Jim Caviezel) sendo acusado, em corte militar, por um crime cometido na Nicarágua. Ela não tinha conhecimento do passado de seu esposo e, partindo da premissa que ele é inocente, ela resolve defendê-lo com a ajuda de um advogado militar reformado (Morgan Freeman), raposa velha que conhece o sistema penal militar e sabe como vencê-lo.


O filme segue a linha de outros thrillers militares como o superior A Filha do General e a extinta série de TV Jag. Prende a atenção durante o decorrer da estória, mas, no final de tudo, a obra é mais um daqueles filminhos que povoam o Supercine da TV Globo. Feito para ser esquecido...

Chamas da Vingança (Man on Fire, 2004)


Interessante filme de vingança em que o diretor Tony Scott integrou seu estilo frenético de filmar (edição turbulenta com fotografia de cores fortes) numa tórrida Cidade do México - uma mistura que se mostrou muito bacana. Denzel Washington é um guarda-costas contratado para garantir a segurança da filhinha de um empresário mexicano (Dakota Fanning). Ambos criam um laço afetivo que será violentamente quebrado com o sequestro da menina. Após ser dada como morta, o segurança recupera-se de seus ferimentos (causados durante o tiroteio que antecedeu o rapto) e parte para se vingar daqueles que supostamente mataram a menina.


Chamas da Vingança conta com as competentes atuações de Denzel e Dakota, além de um elenco de suporte muito competente, que inclui nomes consagrados como Christopher Walken, Mickey Rourke e Giancarlo Giannini, todos muito bem em seus papéis, especialmente Giannini como um policial mexicano.


Apesar de ser muito longo e de ser uma estória rasa que tenta soar profunda, Chamas da Vingança torna-se um filme interessante, especialmente pelo seu visual único e elenco competente. É bom, mas poderia ser bem melhor, se fosse mais enxuto.

terça-feira, 1 de março de 2011

O Discurso do Rei (The King's Speech, 2010)


Mais uma edição do Oscar se passou, e, mesmo com todas as polêmicas, O Discurso do Rei sagrou-se como o melhor filme de 2010. Apesar de não concordar inteiramente com esta premiação, não acho muito correto desmerecermos a obra, pois esta possui alguns momentos verdadeiramente marcantes.

Todos já comentaram sobre a incrível atuação de Colin Firth, simplesmente perfeita e irretocável. Os coadjuvantes são valiosos, mas nenhum deles consegue jogar sequer uma sombra sobre a performance de Firth. Ele é, ao mesmo tempo, aristocrático e frágil, um personagem que atua para o povo britânico, tentando disfarçar uma "fraqueza" - sua gagueira.


O Discurso do Rei tem algumas cenas muito marcantes, mas o discurso propriamente dito no clímax da obra é de arrancar o fôlego. Ancorada na 7º Sinfonia de Beethoven, essa cena tem um impacto imenso e é o momento brilhante de O Discurso do Rei. Sem falar nas engraçadas cenas do treinamento contra a gagueira.


Penso neste filme como uma ópera muito longa, com seus altos e baixos, momentos de brilhantismos e outros momentos de assustadora irrelevância. Trata-se de um belo filme, que seria mais marcante se não fosse tão milimetricamente planejado para vencer premiações. Um interessante espetáculo, mas não é o melhor show da noite...